Não quero sorrir na rotunda do esquecimento!
Contemplo uns passos
no mar imenso de minhas esperanças
seguindo a sombra do pensamento
sob a árvore lenta e silenciosa
lenta como minha vida.
As folhas sorriem
amargas
e são poeira nas retinas
ruído infernal
queria suspender o infinito céu
pendurar essa árvore
para me abrigar das gotas da chuva.
…
Ser escultora
e poder rumar o olhar
à metade do mundo que esculpi
harmonioso rosto de amabilidade cavaleiresca
uno as pálpebras e tacteio…
esculpo em terracota e guarneço-a de afecto
ternuras que emanam desses versos
tremeluz meu labor de artístico regozijo
jovial sonho de acordar
e ver esta peça no museu da minha ventura
…
Persigo fantasmas
aguardo a flor com fome de sonho
que espera na doce janela da memória…
Quentes rememberanças
de tristezas nesta vida avó…
penduro, no abismo, meu conto de fadas
as memórias apagadas do sabor da hortelã
concurso de sonhos por realizar…
mirar definhado no tempo morto da areia e do mar
na doce fragrância de algas
e sal…
…
Gostava de ver o espelho narcisista da humanidade
num tempo de nítidas verdades
que vagueiam algures na esperança…
espelho estranho, embriagado
que conserva a sete chaves o sentimento melhor de todos
no rápido relâmpago do remar do tempo perdido…
reluz a existência, na gaveta fechada!
E pensem o que quiserem!
Estou sozinha e ninguém me salva!
…
Afoguem-se num mar de angústia e dor
mas deixem meu rasto de olhos…
se for libélula, quero bailar no vento tépido
as asas serão palavras de harmonia
e esconjuro os medos.
Ah!
sob as estelas, dormir sem receio do lobo
sentir o chocolate num mar de laranja
abraçar-me e dançar com o sorriso
sem críticas de insanidade
dançar ao vento e saber comer a maçã…
Quero uma fracção da lua e do mar!
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Ser feita de sonhos
olvidados algures…
Boneca de retalhos sonhados, coloridos
que, por vezes, faz sorrir
ou chorar…
Boneca de sonhos despertos
que teima em sonhar…
mas o corpo precisa de calor…
Escuta meus olhos
e ouvirás a verdade que guardo no peito
sem temer a invasão de meus segredos…
Serei flor que insiste nascer entre fragas?
Serei leão que aprendeu a amar o oceano?
Maiores os socalcos da alma
que os revelados pelo espelho!
Quero sentir-me anjo e voar
e não a serpente que rasteja!
Acalentada pelo silêncio da noite
guardo os ventos de amar o mar…
E o tempo não cessa!
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
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